terça-feira, 6 de novembro de 2012

  Terminologia erótica


      Um pequeno apanhado de termos do quotidiano,
           inspirado no novo e deslumbrante acordo ortográfico...



Pintelhos - cabelos do "pinto"

Ratelhos - cabelos da "rata", (também denominada de "xana", daí os consequentes "xanelhos")

Cuelhos - cabelos do cú (também apelidado de "bunda". Assim, welcome meus "bundelhos")

Pernelhos -cabelos das pernas

Peitelhos - cabelos do peito

Bucelhos -  pelos do buço

Biquelhos - pelos do nariz

Axelhos - cabelos do sovaco


     
                            O Léxico segue dentro de momentos: o porquinho foi... vomitar :)
          

sexta-feira, 7 de setembro de 2012





                               Sabes, amor…

Sabes, amor…

Agora tudo ficou mais difícil

Chegou o momento que eu sempre temi

Aquele momento em que nada me oferece grandeza

Em dosagem suficiente para me deixar seguro

De ter chegado sequer aos teus pés, que sim, são belos

É o próprio nada que me incomoda porque se ao menos

Quantificasse a minha própria insignificância

Se pelo menos servisse para me livrar

Desta raiva envergonhada que me aperta o peito

Por saber que não mereço o teu regaço

Por sentir a pequenez que me atrofia

A alma e mais desgraçadamente

O pensamento

 

Sabes, amor

Eu quis fazer de Neruda e tentei escrever-te uma ode

Mas as palavras desentenderam-se e não mais rimaram

Eu quis fazer de Chopin mas as teclas pareciam de ferro

E as notas zombavam de mim como se eu fosse um bobo

Quis até fazer de Dali mas os esquissos ficaram tão maus

Que cheguei a pensar cortar os dedos, para te poupar os olhos

 

O Nada enxovalhou-me, amor

Manda-me embora para que tudo volte ao princípio

Para te deixar descansar depois de mais um dia aurido

Eu sei que sonhaste comigo, sei que me sentiste

Pulsando, de mansinho, bem no fundo de ti, por todo o dia

Porque te deixei levar, por marotice, um pouco do meu cheiro

E claro que sim, também eu te mantive em segredo nas minhas mãos

Nos interstícios dos dentes, na fímbria das unhas, o nosso desejo

Deixa-me pensar que sendo teu vou chegar ao outro lado de mim

Em tuas margens ancorar, na esperança de honrar o meu destino
Contigo, meu amor antigo, minha história e meu castigo, minha amiga.

sábado, 19 de maio de 2012


               Hoje acordei para ti,amor



Hoje acordei para ti, amor

Tomei-te em pleno num amplexo

Misturei-me em ti e por longos momentos

Voamos no manto tântrico do mais puro desejo



Beijei-te cada poro, lambi o suor

Que fiz brotar frenético dessas axilas

Exaustas de sustentar o peso do meu corpo

Colado nas tuas coxas rotundas e lânguidas



Gozei em jorros desabridos de prazer

O banho quente que sempre quiseste tomar

Os seios túrgidos, a boca seca, todos os recantos

Se dessedentando numa avidez irisada de loucura



E caí sem força para me enrolar num novelo

Trémulo e aturdido, como quem saltou do infinito

E num ato de coragem se esquece das próprias asas



Eu quis morrer mergulhando em ti amor

Mas tu abriste-te num vale de algodão doce

E a vida tomou-se de nós para te servir de mim

sexta-feira, 13 de abril de 2012

                                                  Me gusta ser tu esclavo..

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Me gusta ser tu esclavo
El excipiente y el dulcificante
Una cierta atracción aliviada
después de un dia más
estrecho y solo...
Me gusta ser tu esclavo
Cuando me clavas las uñas
en el cuellocansado de servite a ti
y si grito és porquesé que te gusta
sentir que éresreina en la tierra
esa que mehace besar cuando
azotasme esposado en tu cama
Y cuando enfin me dejas
saciada y mas que atendida
sueltas un beso atado
en el muellede nuestra pasión
que me acoge como un barco de esclavos
encallado enese remanso de rio que éres

TÚ…

terça-feira, 13 de março de 2012

O Elogio da Caca




Apanhado na contramão dos dias

Preso no emaranhado das horas

Atormenta-me o cheiro fétido

Dos magnânimos dislates

O fumegar das fezes

Que num simulacro de vida

Me sucumbem no ridículo, atol

De podridão naturalmente... humana



Como te eivo, Caca, na sóbria pureza

Do teu desbragado estilo, majestosa pose

Quando te lanças serena e pura, quando te espraias

No pasto e deixas tua sábia marca na pisada displicente

Dos homens tomados de escárnio, dos amantes desenfiados

Caca no teu máximo esplendor quando te lanças sebenta e viva

Nas sábias bocas de uns certos homens delfins últimos da desgraça.