domingo, 3 de novembro de 2013

Gato...



Sim, amor
Como eu sei que sim
Sei que me sentiste furtivamente
Certamente porque …eu estive aí contigo
E na percepção de cada momento dessa viagem
Fui torrente, fui jorro, fui palavra e renasci poema.
Na orgia dos sentidos tomei-te de assalto, de mansinho
Apoderei-me dos lóbulos para descer pelos relevos do pescoço
Tremeste com o som cavo dos meus dentes, cravados sim
Mas naquele mordiscar de gato com ânsias de dono
Percorri teu dorso relendo cada saliência, trémula
Tua pele moldava-se numa suprema escultura
Em minhas mãos de mestre, teu mestre
Guerreiro de uma guerra consentida
E eterna, sem sangue mas Nossa!
Como sangrava o teu coração
Quando morreste por mim
Para renascer diáfana
Numa flor de lótus
Flutuando
Em mim


sábado, 14 de setembro de 2013










Feitiço…

Tomei-te
Por detrás num repente
Violento e quase caíamos por terra
Na cósmica intensidade do teu grito rouco
Senti o gozo farto escorrendo pela fímbria do sexo
Profusa e docemente
Molhado
De mim

Soltei a fera
Adormecida na mulher menina
E no mágico instante em que te fixavas
Naquele velho espelho sortilégio dos deuses
Ofereci-te a minha língua para degustares
Os raros néctares de saliva e seiva
Que na febre louca do acto
Sorvi guloso
De ti




quinta-feira, 27 de junho de 2013




                                          Toma (me)



Esse olhar assim tão teu
Quando encontra enfim o meu
Reconstrói o que caiu algures por terra
Como me alucino em ti, mulher fêmea
Quando aceitas todos os meus segredos
Mulher que mimas a minha insana loucura
Os teus braços ficaram subitamente quedos
As tuas coxas brilhantes deliciosamente mudas
Estás assim semi desfalecida, saciada e sem forças
Me esperas e imploras num relance
Ofereces-me a boca húmida
Beijo-te agora
Toma
Me...



quarta-feira, 29 de maio de 2013





                                         "O teu livro...aberto".


                  Sou o teu livro
                  Aberto
                  Ávido
                  Sedento da palavra húmida
                  Tinta mais pura da fonte
                  Sublime 
                  De ti...

                  Vem
                  Beija-me
                  Por debaixo da mesa
                  Incendeio-te a verve
                  Lânguida 
                  Me inebrio agora em teu peito
                  Degustando o néctar doce do teu suor.

                  Leva-me
                  Para cima da mesa
                  Suplico-te um beijo
                  Ofereço-te o meu sexo em botão
                  Cálice sublime de infinitas sépalas
                  Seladas por uma subliminal
                  Vesuviana e sacrílega Paixão...

   

segunda-feira, 27 de maio de 2013

              

                                           


                                               
 " Pensar teu beijo!

Quero esta espécie de tortura
Rara – pensar teu beijo.
Frémito, tumulto acelerado
Infinito desejo consumado
Nas bocas sedentas, ensejo
Feito seiva bruta e dura…

Pensar teu beijo é cínico
Como cinicamente me escondo
Na língua que roubei de ti
Carrego-a comigo sem mácula
Para provarmos a mandrágora
Volúpia que agora habita… aqui!

Voamos para lá do sonho
Último dos bastiões do êxtase
Para nos amarmos na esteira do tempo
Do mágico cordão de prata, soltou-se
Teu beijo incendiando este momento
Perpetrando teu lugar no firmamento.

domingo, 3 de março de 2013


            

 

 
                            Viagem…
 
Mãos aventureiras
Percorrendo em círculos
Teu corpo aveludado e nu
Sensus secreto delimitando
Os sacrílegos lugares da Cobiça
Língua ávida, luxúria, refém
Em teu Templo dourado
Consubstanciado
Em mim
 
Perco-me no tempo
Na tormenta dos dias
Repasto das horas tardias
Trucido-me de peito aberto
Num assédio estupro de mim
Deificando-te na distância
Num atropelo mórbido
Eternamente me tens
Nascituro e íncubo
Flagelo último
De ti