domingo, 3 de novembro de 2013

Gato...



Sim, amor
Como eu sei que sim
Sei que me sentiste furtivamente
Certamente porque …eu estive aí contigo
E na percepção de cada momento dessa viagem
Fui torrente, fui jorro, fui palavra e renasci poema.
Na orgia dos sentidos tomei-te de assalto, de mansinho
Apoderei-me dos lóbulos para descer pelos relevos do pescoço
Tremeste com o som cavo dos meus dentes, cravados sim
Mas naquele mordiscar de gato com ânsias de dono
Percorri teu dorso relendo cada saliência, trémula
Tua pele moldava-se numa suprema escultura
Em minhas mãos de mestre, teu mestre
Guerreiro de uma guerra consentida
E eterna, sem sangue mas Nossa!
Como sangrava o teu coração
Quando morreste por mim
Para renascer diáfana
Numa flor de lótus
Flutuando
Em mim