segunda-feira, 30 de junho de 2014



                 "O cio dos homens"

Esperava por ti, fêmea...
Inquieto,cheirando sem norte
O chão de estrelas do meu covil
Desceste a montanha, mágico desejo
Sedenta e lustrosa,trazendo na boca molhada
A saliva doce que servilmente misturas  no meu suor

Arrasto-te num súbito frémito, violento,para te sentir
Tremer, num estertor de medo que se transmuta em gozo
Puro, os sentidos em sentido delírio dos homens sem sentido
Provocação sem limites ao bafio das leis sem côr, corpo marcado
A ferro e fogo,sublimada neste caminho de fulvo mato por onde te levo 
Desnuda,rasgada,tomada de mim,sangrando ainda de uma mais que
Perfeita refrega,o cio do homem macho,sacrílego animal
Sem limites no meu máximo denominador 
Incomum, despojado de tudo
E todos,repasto do sonho
Moldado em nós 
Desabrido
Em ti...