quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sublimes perfumes...

Sublimes perfumes


De cada vez
Que releio a mesma frase
De cada instante
Que se instala nas palavras tuas
Sobrenatural floresce
Um verso
Agora mil
Mais e muito mais
Aos quais me prendo
E logo parto
Voando
Aspirando fascinado
Os sublimes perfumes
Dos jardins que geras
Tal qual no fim
Do sonho
No desfecho lógico
Da poesia
Por momentos julgo
Ainda
Poder sentir
Quando ergo e agito
Por sobre raiva e desespero
Estas folhas mudas
Subitamente secas
Que esgotei na avidez
Da tua imagem
Num febril desejo
Modelei a ausência tua
Numa lágrima triste
Consternada
E minha...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Para acabar de vez com o português...

Para acabar de vez com o Português:
Infiltração lingual ou anestesia pelo dislate?

Passando por este cantinho ainda á beira-mar plantado, “undercover agent “Santinho do CIE (Corpo de Intervenção do Enferno) para reportar ao Diabo. “Alô, alô, cara, daqui Zézé reportando Portugal, tu me escuta?” ”Legalzinho, cara, vai nessa que é bom á Beça!” E pronto, aqui vai o agente infiltrado para vistoriar o cumprimento do Tratado da Língua de Vaca, leia-se o novo acordo ortográfico. Ele há coisas que nem lembram ao mafarrico   Pois é,  já mandamos os nossos filhos nascer em Espanha, já tratamos de erradicar a castanha assada, o medronho e a bola de Berlim por isso agora só falta mesmo deixar fugir o pastel de Belém por incompatibilidades com S.Bento … para a Venezuela, como contrapartida á compra de mais uns quantos lotes de Magas. E depois importamo-los embalados em vácuo, para parecerem mais modernos e higiénicos. Logo, e não é seguro, vamos também substituir já o café e o bolo da manhã por caipirinha e quindim. De yaya. Ah, e como nunca agradecemos ao mestre Mourinho o insuflamento do ego nacional quando ele se expressa comme il faut, (a verdade é que nem todos se sujeitam ao gáudio colectivo discursando alegremente num qualquer dialecto técnico) taxemos doravante (pode ser com retroactivos?) o Cr7 por cada “penso que…” e temos o défice resolvido em seis meses. Com um superavit superior à Alemanha. O nosso pequeno mundo enlouqueceu de vez, a tal ponto que o nosso espião foi encontrado esventrado num beco, com um exemplar dos Lusíadas (fotocopiado) no bolso e a autópsia revelou que tinha sido violado por um eunuco.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A perda da identidade, o estiolar da raça

Interessante estudo que se poderia propôr a alguém dedicado á sociologia e á evolução da espécie.
De que maneira tão estranha e mórbida os nosos jovens apostam na sua própria destruição,na erradicação dos hábitos dos seus parentes para se entregarem alegremente aos (des) gostos da fast-food e das absurdas dietas á americana. Senão vejamos: quantos indianos conhecem com problemas de obesidade? Eu não conheço nenhum.E quem são os recordistas de longevidade? Os indianos,pois claro a par dos chineses. Sim,eles protegem-se e não se entregam de bandeja aos ocidentais hábitos.Conhecem algum chinês gordo e que use óculos? Pois eu não conheço e é muito raro ver algum.Aliás,já repararam que nunca se ouve falar de enterros de chineses? Bem, que eles morrem,morrem,claro que não devem ficar cá para semente; mas que leva tempo,lá isso leva.E os negros?Conhecem algum com dentes amarelos ou com dentadura postiça? Pois eu...também não.É que eles usualmente mastigam aquela raíz milagrosa que deixa aquelas bocas radiosas e com todos os requisitos de "movie star"... sem gastarem um tusto! E pretos carecas,costumam ver muitos por aí?Pois eu sinceramente,tou com dificuldade também para descobrir algum.
Pois é isso mesmo: que tal começarmos a prestar atenção ás raças que usualmente deixamos para as nossas anedotas de mau gosto?A verdade é que eles preservam-se e nós não.Oferecemo-nos de nariz empinado ao jugo das multi nacionais e dos seus bem urdidos métodos de sabotagem da raça.
Cuidem-se muito,amigos.E que os nossos filhos sejam a bandeira que nos leve á vitória da inteligência sobre a estupidez.
beijinhos!
JG

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ode à mão



Ode à mão

Minha mão
Serviçal amiga
Minha mão
Mais que sofrida
Mão de prata desnuda
Palmilhando sem descanso
Ubíquos caminhos de sonho
Complexas filigranas de vida

Quis as tuas mãos de fada
Entre as minhas mãos de neve
Desafiando os sortilégios do vento
Na carícia de um toque, o pensamento
Sucumbia ébrio no mágico roçar das nossas peles

Mãos atadas
Mãos amigas
Mãos de ferro
Mãos de úbere
Como te fazem medida
Almofariz, balança, pilão
Extremidade animal
Estiolados jasmins
Sob uma espessa
Camada de cal



Descansa agora mão batente
Suspensa enfim na porta da vida
Como beijo consumado em pecado
Derradeiro desejo, ardente ensejo
A minha na tua, entrelaçadas 
Num fino laço de sangue
Telúrico, tácito caminho
Consubstanciando assim
A última das catarses
Da minha paixão
A tua mão…

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Estou carente de ti,amor...

Estou carente de ti,amor…

Estou carente de ti, amor
Sinto esta solidão pelo som que ecoa
Sim, o eco, surdo, no meu poço, o tal…
Meio vazio, meio cheio, que nunca se enche de ti
Em cada olhar, os olhos que choram uma água densa
Doce sortilégio este, ter-te conhecido assim intensa

Vejo uma espécie de líquen que sobrevém à superfície
Talvez para me cobrir de ti, para que te acaricie a pele macia
E não me faço rogado, beijo, beijo, sempre muitas vezes, até
Em demasia, que nunca o é, repetidamente, sim, como quem ama
Até cair exausto, depois de fazermos amor por entre campos de beijos
 E conquistado aquele orgasmo concomitante ao sorriso do nosso sol, aquele,
O nosso, o que explode em cada instante num nuclear e perene frémito de prazer.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quero sentir a tua boca...

Quero sentir-me na tua boca
Penetrar-te o âmago, escorregar
Pelo teu palato, num beijo húmido
Pleno desfrute de êxtase peristáltico

Percorrer todo o teu corpo
Disseminar-me pelo teu sangue
Esquecer o senso, os códigos e a lógica
Desfazer-me de tabus, encetar-me desabrindo
Para te deixar todas as minhas impurezas
Filtrarem-se nesse teu sangue ígneo

Soltar-me de mim
Completar-me em ti
Metabólica experiência
Surreal vontade dos sentidos
Metamorfose consentida
Dealbar esparso do nosso dia.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O Tempo parou para sorrir...

O tempo parou para sorrir…

O Tempo parou para sorrir, amor
E num torpor encantado
Desfez-se das horas
Esquecido num relapso de voyeur confesso
Bebedeira consentida, incontrolável
Paixão

O Tempo parou para sorrir, amor
E acorrentou-se de frémitos
Num fulvo novelo sensorial
Acordou do sonho e logo aí se lançou
Em fúria. desabrida bolina, barco sem rumo
Alado

Os alvos leitos, os rios de prazer que do meu gozo
Configuram dos múltiplos orgasmos
Impensáveis margens
Galgadas em luxúria, selvagem o meu ser
Tortuoso o pensamento
Feito de ânsias
 Na loucura de me banhar de ti

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"A Fonte do Prazer"


"A Fonte do Prazer"

Hoje passei pela Fonte
E ao banhar-me em teus beijos
Afoguei-me no deslumbre da paixão

Inebriantes carícias
Mãos sábias, desabridas
Túrgidos seios, arfando em círculos

Descobrindo caminhos na minha boca
Lançando barcos que vão para longe, escoltados
Por bandos de aves cruzando a esconsa linha do horizonte

Amei-te no olhar de uma delas e ao levantar-se
Do chão o sol trazia uma espuma que podia ser nossa
Por cheirar a terra revolvida de corpos acabados de copular

Eis que se turva o céu de sangue negro coalhado
E num repentino grito apagas-te no meu sonho
Eu quero fingir que não sonhei, e belisco-me
Até que a dor me confere estes pés de vidro

Finou-se a fonte do prazer
Numa mais que fria equação do tempo
Os sentidos atropelando-se nos cacos dispersos
A esmo, esmoler me confesso e roubo-te um olhar ardente
Persignas-te como se eu fosse o diabo, morto
Na cruz crivada de cacos  ofereço-me em sacrifício
Num último e adocicado olhar te percorro etéreo e frio
Fico por ali, nu, na berma, como cão sem dono acometido
De…Ti.